A defesa do prefeito de Sorriso, Alei Fernandes, e de seu vice, Acácio Ambrosini, se manifestou por meio de nota após a deflagração da segunda fase da Operação Rustius, da Polícia Federal, realizada nesta terça-feira (20.05). A ação investiga suposto uso de recursos irregulares na campanha eleitoral de 2024. Na nota, os advogados classificam a operação como “natimorta” e voltam a responsabilizar um policial rodoviário federal pela origem das investigações.
Esta é a segunda vez que a defesa tenta vincular o andamento do caso a suposta motivação política por parte do agente da PRF. Eles alegam que o policial responsável pela abordagem na qual foram apreendidos R$ 300 mil em dinheiro, em dezembro de 2024, seria ligado ao MDB, partido do então candidato e adversário político Leandro Damiani. O episódio marcou o início das investigações que culminaram na Operação Rustius.
Apesar das alegações da defesa, a Justiça Eleitoral já rejeitou as tentativas de anular a abordagem e declarou a legalidade da ação policial. Conforme decisão anterior, o carro conduzido por Nei Francio — aliado de Alei — foi parado após desobedecer ordem de parada e tentar se evadir ao entrar em área urbana de Sorriso. A PRF então encontrou os R$ 300 mil em espécie no veículo. A quantia seria usada na campanha de Alei Fernandes e não havia sido declarada oficialmente, caracterizando, em tese, crime eleitoral.
Em sua nova manifestação, a defesa de Alei afirma que “não há qualquer lastro probatório concreto” ligando o prefeito e seu vice às transações financeiras consideradas suspeitas pela PF. O advogado Rodrigo Cyrineu ainda alega que as investigações estão sendo conduzidas de maneira “espalhafatosa” e com viés político, sustentando que o agente da PRF teria inventado a linha investigativa por ser, segundo ele, “filiado ao partido do candidato derrotado Damiani”.
A Polícia Federal, por outro lado, afirmou que a segunda fase da operação visa aprofundar a apuração sobre uma suposta arrecadação de verbas irregulares, com transações financeiras feitas para ocultar gastos de campanha que ultrapassariam o limite permitido por lei. Três mandados de busca e apreensão foram cumpridos nesta terça-feira. Até o momento, 17 pessoas já foram formalmente indiciadas.
No entanto, para os advogados de Alei, a Operação Rustius é uma tentativa “vã” de sustentar investigações que já teriam perdido seu fundamento. A defesa ainda ressaltou que, segundo a própria PF, o dinheiro apreendido teria origem em transações de 2019 — argumento já utilizado anteriormente para tentar afastar o vínculo entre a apreensão e a campanha eleitoral, mas que também não convenceu a Justiça Eleitoral.
A operação segue sob sigilo judicial.
NOTA À IMPRENSA
Em respeito ao Poder Judiciário Eleitoral e à legislação processual, a defesa técnica do Prefeito eleito Alei Fernandes e de seu Vice Acácio Ambrosini tem o dever de respeitar o sigilo que foi imposto ao caso.
De toda sorte, diante da manifestação da autoridade policial a respeito de uma cerebrina utilização de laranjas para pulverizar dinheiro alegadamente proveniente de caixa-dois, é necessário pontuar que isso tudo não passa de especulação sem qualquer lastro probatório concreto, especialmente que envolva a participação dos candidatos eleitos.
Há certo tempo que os órgãos de investigação vêm sustentando essa narrativa, sem apresentar elementos concretos de quanto, como e porque recursos ou gastos eleitorais foram empregados na campanha. Tudo isso de maneira espalhafatosa e em prejuízo à condução municipal.
É preciso dizer ainda que toda essa investigação decorre de uma busca de provas exploratória que possuía uma linha investigativa inventada por um PRF filiado ao partido do candidato derrotado Damiani.
É a própria Polícia Federal que afirma: o dinheiro apreendido com Nei Frâncio decorre de transações que remontam ao ano de 2019.
Portanto, tudo que se vê agora é uma vã tentativa de sustentar a natimorta Operação Rustius.
Rodrigo Cyrineu, advogado.