“A arte da capoeira é linda e inexplicável. Mesmo se tratando de uma competição de alto nível, a gente sente um ambiente de amistosidade e reciprocidade entre todos os participantes. Não poderia deixar de parabenizar o mestre ‘Sapo’ e contramestra Luciana pelo trabalho lindo que ambos vêm desenvolvendo em prol da capoeira do nosso estado”, afirma.

Para a contramestra Luciana Monteiro, um dos momentos mais marcantes da competição aconteceu quando os olheiros (especialistas que buscam por novos talentos) anunciaram que iriam elevar o número de atletas no ranking estadual.

“Agora passamos a contar com 14 atletas representando Mato Grosso a nível mundial. Esse ranqueamento chega para coroar décadas de dedicação e comprometimento”, observa.

Sem esconder o entusiasmo, a contramestra acrescenta que atualmente a roda de capoeira é reconhecida como um dos cinco patrimônios culturais imateriais da humanidade no Brasil o que, segundo ela, contribuiu para que a mistura de dança e luta pudesse romper barreiras mundo afora.

“Há cem anos, se alguém fosse encontrado jogando capoeira na rua, essa pessoa era perseguida, agredida e morta. Felizmente, na atualidade chegamos a outro patamar. Hoje a capoeira faz parte de uma vertente esportiva que busca alcançar novas mídias de comunicação de divulgação e novos adeptos”, contextualiza.

O professor Jefferson Reber Scholz (Bordado), do grupo Capoeira Brasil, de Sorriso, levou 18 atletas e, para muitos deles, essa foi a primeira oportunidade de competir num evento de renome nacional.

“Com certeza foi muito emocionante. Apesar da pouca experiência, nossos atletas conquistaram quatro pódios. Estamos satisfeitos e felizes com os resultados”, disse.

“A equipe da Semcultj ofereceu todo suporte necessário para a realização deste evento. Foram centenas de metros de tatames, equipamentos de sonorização e suporte técnico. Também tivermos o apoio da direção do IFMT que abriu as portas dessa importante instituição e possibilitou que nossos atletas desfrutassem dessa estrutura incrível”, complementa mestre Sapo ao enaltecer o apoio do setor público.

Novas oportunidades

A 2ª. edição do Campeonato Nagô Kids de Capoeira também foi a oportunidade para que outros grupos pudessem expor seus trabalhos, a exemplo do tatuador e instrutor de capoeira Ricardo Rocha dos Santos (Tattoo), da Associação de Capoeira Canaã de Lucas do Rio Verde.

“Somos um projeto muito jovem, com apenas 02 anos de fundação. Apesar do curto espaço de tempo, já temos uma base sólida na formação de bons capoeiristas. Somos gratos pela oportunidade e, esperamos em breve retribuir o carinho recebido aqui em Sorriso”, pontua.