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Quinta-Feira, 30 de Maio de 2019 10:07

Soja opera estável após 4 sessões de fortes altas, mas mantém foco no clima dos EUA

Os futuros da oleaginosa negociados na Bolsa de Chicago, por volta de 7h15 (horário de Brasília), tinham pequenas baixas de pouco mais de 1 ponto, com o julho valendo US$ 8,70 e o agosto, US$ 8,76 por bushel
Autor: Notícias Agrícolas

Após dias consecutivos de fortes altas e de um mercado bastante intenso, as cotações da soja registram estabilidade nesta manhã de quinta-feira (30). Os futuros da oleaginosa negociados na Bolsa de Chicago, por volta de 7h15 (horário de Brasília), tinham pequenas baixas de pouco mais de 1 ponto, com o julho valendo US$ 8,70 e o agosto, US$ 8,76 por bushel.

Esta é a primeira baixa em quatro sessões para a soja na CBOT, com o mercado ainda muito focado no quadro climático norte-americano. Por conta do excesso de chuvas e de mais adversidades, o plantio norte-americano registra seu pior atraso na história dos EUA e dá um importante suporte aos preços no mercado internacional.

"O mercado de grãos está tomando um fôlego. O recente avanço dos preços agora passa por uma realização de lucros, uma vez que é período de final de mês, quando os traders ajustam suas posições, mas as previsões mostrando mais chuvas para os próximos dias ainda segue no foco e limita as baixas", dizem os especialistas da consultoria internacional Allendale, Inc.

Além disso, o mercado observa ainda as decisões que produtores americanos ainda têm a tomar sobre o prosseguimento do plantio. Muitos deverão deixar boa parte de sua área sem plantar diante da falta de condições adequadas para os trabalhos de campo e frente às datas limite para a semeadura. Em muitos locais, essa data já se encerrou para o milho.

"Há muitas previsões indicando mais chuvas para o Meio-Oeste americano e isso pode impedir os produtores de plantar", acredita Phin Ziebell, agroeconomista do Banco Nacional da Austrália em entrevista à Reuters Internacional.

O mapa atualizado pelo NOAA, o serviço oficial de clima dos EUA, mostra a continuidade das chuvas no coração do Corn Belt nos próximos 7 dias - de 30 de maio a 6 de junho - porém, em volumes mais baixos do que os observados há alguns dias. Estados como Iowa, Illinois, Indiana, Missouri, Nebraska e Kansas deverão receber mais de 25 mm de precipitações.

"Chuvas abundantes pelo centro, sul e leste do do Corn Belt seguirão por esta quinta-feira e ainda durante o final de semana, o que manterá o plantio ainda bem lento. No entanto, os volumes mais limitados nas áreas mais a nordeste do cinturão permitirão condições melhores, principalmente nas Dakotas, Minnesota e noroeste de Wisconsin", diz o serviço internacional de clima Maxar também à Reuters Internacional.

Os traders, no entanto, não deixam de acompanhar ainda as questões em andamento da guerra comercial entre China e Estados Unidos - o que ainda acaba por ser um peso para o mercado em Chicago.

Ademais, os números das vendas semanais para exportação que seriam divulgados hoje só chegarão nesta sexta-feira (31) pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em função do feriado desta segunda-feira (27) no país.

Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:

Soja sobe mais de 1% no Brasil em dia forte para Chicago; negócios são pontuais

Dia intenso e de volatilidade para os preços da soja no mercado global. No início do dia, as cotações chegaram a subir mais de 30 pontos na Bolsa de Chicago, para terminar subindo entre 13,75 e 14,25 pontos nos principais contratos. Assim, o julho terminou com US$ 8,70 e o agosto, US$ 8,76 por bushel.

"Parte destes ganhos foram mitigados com a entrada agressiva de produtores rurais estadunidenses no lado da venda, adicionando cobertura para a atual safra em progresso", explicaram os analistas da ARC Mercosul.

O mercado segue refletindo o sério e mais expressivo atraso no plantio da nova safra de grãos dos Estados Unidos, porém, realizou lucros do meio para o final da sessão depois da disparada registrada mais cedo. No entanto, segue acompanhando as previsões que ainda mostram muitas chuvas para os próximos dias no Corn Belt.

De acordo com os últimos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), o país tem apenas 29% semeada, contra 74% do ano passado, nesse mesmo período, e frente aos 66% da média das últimas cinco safras. Somente 11% das lavouras de soja já emergiram, contra 44% do mesmo período do ano passado, e 35% da média dos últimos cinco anos.

"E é o coração do Corn Belt que está com problemas de plantio agora", explicou o consultor de mercado Ênio Fernandes, da Terra Agronegócios, em entrevista ao Notícias Agrícolas.

De acordo com o mapa do NOAA atualizado nesta quarta-feira (29), com validade até 5 de junho, estadis como Illinois, Missouri, Iowa, Indiana e o Kansas deverão receber mais de 50 mm de chuvas. Em alguns locais, os acumulados podem superar os 100 mm.

NO BRASIL

No mercado brasileiro, os preços também subiram, porém, os negócios não aconteceram no mesmo ritmo. Os produtores, diante das últimas altas, seguem agora acreditando e esperando por oportunidades ainda melhores de comercialização.

Nos portos, as altas passaram de 1%. Em Rio Grande, fecharam com R$ 82,00 no disponível e R$ R$ 82,50 para junho, enquanto em Paranaguá foi a R$ 83,50 e R$ 84,50, respectivamente. Ao longo do dia, com altas mais fortes em Chicago, os indicativos nos terminais chegaram a testar os R$ 86,00 por saca no melhores momentos do dia.

No interior, os ganhos também foram registrados em boa parte das praças de comercialização pesquisadas pelo Notícias Agrícolas e também ficaram acima de 1%. No Rio Grande do Sul, as altas foram de mais de 2% em alguns locais, como Não-Me-Toque e Panambi, onde os preços foram a R$ 72,00 e R$ 73,00 por saca.

"Não há vendedores, e os produtores já esperam patamares mais altos, como algo entre R$ 88,00 e R$ 90,00 na posição agosto", explicou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.

Além das boas altas em Chicago, os prêmios também seguem fortes, na casa dos 110 pontos sobre os valores praticados na Bolsa de Chicago - os quais tendem a continuar se valorizando - e o dólar se mantém próximo da casa dos R$ 4,00, mesmo com a baixa registrada nesta quarta-feira.

A moeda americana fechou com R$ 3,976 e queda de 1,20%.

Fonte: www.portaldoagronegocio.com.br

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