Conforme Ari, além do delicado momento financeiro, também pesou a avaliação do trabalho prestado pela concessionária no município para a negativa do reajuste. “O trabalho está ineficiente. O esgotamento sanitário, por exemplo, está com apenas 30% de execução”, pontua. O prefeito destaca que o contrato com a empresa é válido até 2025, “são apenas quatro anos para executar o restante da rede de esgoto; é muito trabalho pela frente e não temos como interromper contrato”, explica. A decisão foi comunicada à empresa e ao Comitê de Gestão Hídrica e de Esgotamento Sanitário nesta manhã.

Lafin destacou ainda que está em andamento no Fórum de Sorriso uma liminar impetrada pelo Ministério Público (MP) em desfavor da Águas de Sorriso. Nessa ação, o MP relata problemas em relação aos serviços prestados pela empresa desde que assumiu a concessão dos serviços, no ano de 2000. Entre eles, a falta de água em todas as regiões da cidade, baixa pressurização na rede de distribuição, mal atendimento prestado aos usuários dos serviços de saneamento básico, danos provocados por obras, por despejos ilegais de esgotos sem tratamento em mananciais de Sorriso, intervenções da empresa nas vias públicas e calçadas e descumprimento referente às normas de segurança do trabalho.

Na ação, o MP requereu a indisponibilidade dos bens imóveis da concessionária e, ainda, requereu ao Poder Judiciário que determine a intervenção do município no serviço de saneamento básico para que seja elaborado e executado um plano de reestruturação do atendimento.

De acordo com o prefeito, a empresa já foi acionada em R$ 12 milhões em multas por problemas nos serviços prestados. “Nós aguardamos a decisão da Justiça em relação a liminar do MP”, frisa o prefeito. “Sendo assim, até não termos a decisão da Justiça, a melhoria dos serviços prestados e a recuperação do poder de compra da nossa população, afetada pela Covid-19, entendemos que não há como conceder reajuste”, diz.