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Quinta-Feira, 27 de Maio de 2021 09:58

17 anos após perder filho SUGADO

17 anos após perder filho SUGADO por colheitadeira, em Sorriso, mãe cobra por Justiça

Everton de Souza Araújo comemoraria seu 29º aniversário este ano. No entanto, uma brincadeira de menino e descuido de um profissional fez com que ele perdesse a vida aos 12 anos, e chocasse Sorriso (420 km ao norte de Cuiabá), em um terrível acidente. Ele foi “sugado” por uma máquina colheitadeira.

A família de Everton de Souza Araújo é natural do Ceará e tinha acabou de se mudar para Sorriso para ter uma nova oportunidade. “Vendi minha casa e tinha dois filhos, o mais novo tinha 10 anos na época do acidente”, relembra a mãe do menino, Maria Gelma Sousa Araújo. Na época, o irmão dela morava no município mato-grossense.

No Dia das Mães daquele ano, Everton saiu para brincar com um amigo. Ele celebrava também a sua catequese. Maria saiu para procurar emprego e deixou o filho aos cuidados do irmão e vizinhos.

Com o amigo, eles viram uma máquina colheitadeira andando pelas ruas de Sorriso. Em dado momento, o veículo parou para abastecer em um posto de gasolina. Curiosos, os meninos decidiram brincar e subiram na colheitadeira, sem que o motorista percebesse.

Everton, infelizmente, acabou caindo e foi sugado pela máquina, que tem um equipamento próprio para colheita de soja. Ainda de acordo com Maria, a máquina era antiga, e o equipamento de “sugar” funcionava quando o veículo andava. A Polícia Civil na época notificou que o corpo da criança ficou “destroçado”.

Ao receber a notícia, Maria Gelma ficou completamente desestabilizada. O amigo de Everton, inclusive, teve febre e problemas psicológicos, tamanho trauma de presenciar o acidente. “Fiquei muito desestabilizada, fiquei doida. Não sabia mais o que estava fazendo”, relata.

Everton foi enterrado em Sorriso, porém, Maria Gelma acabou voltando para o Ceará com o filho mais novo, que hoje tem 27 anos. Ela ficou tão traumatizada com o acidente que desenvolveu diversos problemas. “Uma época eu tive problema de comportamento, fiquei usando roupa de 16 anos, sendo que já tinha mais de 40. Fiquei muito debilitada”.

“Eu fiz o boletim de ocorrência bem direitinho, pedi pro meu irmão procurar a empresa da colheitadeira, mas nada. Tudo bem que ele teve a curiosidade de brincar, mas a colheitadeira não podia estar andando na cidade, funcionando o maquinário de colher”, lamenta.

Inclusive, passados 17 anos do dia que perdeu o filho, Maria Gelma nunca teve coragem de olhar uma pasta de documentos com o boletim de ocorrência – as fotos de Everton após o acidente estão lá.

Ela não sabe o nome do motorista que dirigia o veículo, que fugiu na hora. A Polícia Militar informou que não tem acesso aos boletins antigos. O que ela se recorda, é que a colheitadeira pertencia a uma empresa chamada Agrovia. “Eu nunca mais tive notícias, às vezes me sinto culpada por não ter ido procurar. Mas Deus está me dando força e coragem”. Mas foi por um momento de coragem que ela conseguiu cobrar por justiça em uma matéria publicada pelo  no dia 10 de maio de 2004, para que o caso voltasse à tona e não permanecesse esquecido.

Fonte: jk notticias

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